quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Os melhores arcos e histórias da Marvel

Eu sou Marvete, sim! Eu prefiro Marvel a DC (apesar de Sandman e Watchmen serem vida)! Tudo que conheço sobre HQs e tudo que li da nona arte começou com Homem-Aranha e Wolverine Ultimate #13, foi essa a revista que me introduziu a este mundo. Claro que apenas anos depois eu realmente me tornaria um leitor assíduo. Depois de ler algumas centenas de histórias e super-sagas (não estou exagerando) posso me considerar, com certo orgulho, um conhecedor de quadrinhos, mas principalmente do Universo 616 da Marvel.

O formato de Top 10, apesar de ser querido em meu coração, limita muito nossa noção, por isso vamos tratar aqui de algumas das melhores e mais importantes histórias e arcos da Casa das Ideias (provavelmente haverá a parte 2). As super-sagas não estão inclusas por se tratarem de eventos tão grandiosos que envolvem quase todos os personagens da editora e que muitas vezes definem os acontecimentos do 616. Aguardem que Guerra Civil, Reinado Sombrio e Aniquilação ainda aparecerão nesse blog!!!

Aproveitem a lista e Excelsior!!!!!



Capitão Britânia (Alan Moore e Alan Davis)




Who the fuck is Captain Britain?! Sim, meus amigos, esse personagem existe e é irmão da saborosa querida Psylocke, Betsy Braddock. Pelo nome do roteirista você já sabe que vem coisa boa por aí, mesmo não conhecendo o maior patriota da Inglaterra! Além de ser o trabalho mais memorável de Moore na Marvel, mesmo sendo esquecida até pelo leitores mais casuais, essa história tem uma grande importância para o Universo Marvel. Por um simples motivo: foi o arco que introduziu o conceito de Multiverso na editora. Os diálogos, não vou negar, são muito infantis (pelo período que a história foi escrita) e o elfo ajudante do Capitão é uma grande piada ruim. Mas a HQ tem a trama política e meio psicodélica características de Moore, assim como o tratamento meio dark e frio para com os personagens. Os desenhos de Davis são um show a parte. Explorando ângulos cinematográficos quase tão ousados quanto Will Eisner (eu disse quase) e retratando tudo de forma meio suja, a arte é paradoxal aos diálogos bobos. Um destaque em especial para o capítulo "Um osso, um trapo e uma mecha de cabelo" ainda no meio do arco, que trata do renascimento de Brian Braddock.



Old Man Logan (Mark Millar e Steve McNiven)




Da mesma dupla que nos presenteou com Guerra Civil, temos Old Man Logan. Em um futuro distópico (não sabemos se é alternativo, percebam) os vilões dominaram o mundo e exterminaram quase todos os heróis. Logan vive uma vida pacata com sua família em busca de redenção de um incidente até que um Gavião Arqueiro cego e velho o chama para uma nova aventura. Toda a profundidade psicológica e emocional de Wolverine é representada de forma nunca dantes vista. Inegável que o foco real da história é o desenvolvimento dos personagens. Com um estilo bem Mad Max a trama trata de temas polêmicos como vingança, barbárie e a tentativa de vencer nossos instintos e nossa natureza. É uma ótima história para aqueles que querem começar a ler quadrinhos, por ter várias referências aos heróis mortos como Hank Pym, Homem-Aranha e os X-men. A batalha final contra a Gangue Hulk ainda me dá arrepios por toda a violência e brutalidade da cena.



Os Eternos (Neil Gaiman e John Romita Jr.)




Junte um roteiro de um dos melhores escritores de fantasia de todos os tempos, com os traços marcantes de um grande desenhista, com personagens criados pelo mestre Jack Kirby e temos Os Eternos. Assim como Sandman e outras obras de Gaiman a filosofia, reflexões e usos de metáforas prevalecem em toda a narrativa que foi o primeiro passo para a reintrodução dos celestias no Universo 616. Inspirado por "Eram os Deuses Astronautas?" a história nos conta um pouco da origem da vida na Terra e aproveita para discutir questões como religião, ciência e a coexistência de ambas. Além de ser uma obra obrigatória para qualquer leitor de quadrinhos, Os Eternos foi uma das duas histórias que Gaiman escreveu para a Casa das Ideias, a outra foi 1602 que mescla a Inglaterra elizabethana com os heróis da Marvel (que devo admitir ainda não tive o prazer de ler). Gaiman mostra mais uma vez, através de quadrinhos, a beleza da vida e da existência.



O Homem Sem Medo (Frank Miller e John Romita Jr.)





A obra que transformou o Demolidor no que ele é hoje, um dos melhores personagens da Marvel e quiçá das HQs (mainstream). Escrito pelo Mestre Louva-Deus, pelo Genghis Khan dos quadrinhos Frank Miller e desenhado pelo querido John Romita Jr. temos aqui minha graphic novel preferida da Marvel. O ambiente urbano é extremamente bem retratado, assim como o conflito interno de todos os personagens da Cozinha do Inferno. Quem diz que Demolidor é o Batman da Casa das Ideias nunca leu tal obra de arte. É claro que existem diversas semelhanças entre os dois personagens (ainda mais se levarmos em consideração que Miller escreveu para ambos os heróis), porém os defeitos de Murdock, assim como seus pensamentos e sua força de vontade o deixam, em alguns momentos, até mesmo mais interessante que o Cruzado Encapuzado. Outro ponto positivo é que vemos no grande vilão, o Rei do Crime, uma pessoa ruim, mas que também tem seus ideais e luta até o fim por estes. Miller não só lapidou Matt Murdock no Universo Marvel, mas também mudou o modo de se escrever quadrinhos.



O Demônio na Garrafa (David Michelinie, John Romita Jr. e Carmine Infantino)




Ok, vocês já perceberam que o Romita Jr. está em todas, mas vale lembrar que nessa história seu traço era muito diferente e em nada se parecia com suas ilustrações tão marcantes. Essa é considerada por muitos a melhor história do Homem de Ferro (apesar de eu achar o arco Extremis tão bom quanto). Essa história é o melhor exemplo da diferença entre DC e Marvel. Os grandes personagens da Marvel têm problemas tão comuns quanto nós, são humanos que devem ser admirados pelo seu grande senso de justiça; já os grandes heróis da DC são deuses, inatingíveis, sem defeitos e sem problemas como os nossos (isso tem mudado aos poucos, porém nunca por muito tempo). O alcoolismo é uma característica marcante de Tony Stark e influencia suas decisões e atitudes até hoje! O Demônio na Garrafa é antes de qualquer coisa, uma psicanálise do Homem de Ferro, atualmente tão querido nos cinemas. É um arco importante, pois além da história profunda e emocional, serviu como a separação final entre Marvel e DC, pois foi com esta história que realmente pudemos diferenciar uma editora da outra.



Planeta Hulk (Greg Pak, Carlo Pagulayan e Aaron Lopresti)






Além de ser uma das melhores histórias do Gigante Esmeralda, Planeta Hulk nos apresenta um mundo que mistura ficção científica com gladiadores e o conceito de Jihad (Guerra Santa). Os traços cartunescos reforçam toda a bizarrice desse planeta, mas também nos fazem simpatizar cada vez mais com essas mesmas bizarrices. É uma história violenta com diversas metáforas; por exemplo, a relação do povo vermelho com os nativos insectóides de Sakaar é uma clara representação ao neocolonialismo. O fascismo, apartheid, holocausto e escravidão são só alguns dos temas apresentados através de alegorias. A HQ, também, faz uma interessante associação entre a desesperança e desespero de um povo com o fanatismo e a ascensão de grupos e ideias radicais. Além de toda essa discussão moral e política a história apresenta outro ponto que merece destaque: é uma história sobre o Hulk! Não sobre Bruce Banner e o monstro que vive dentro dele, mas do Hulk em si! Planeta Hulk apresenta os pensamentos, emoções e ideais paradoxais do personagem; enquanto Banner só quer ser deixado em paz, o Hulk quer uma boa briga; enquanto Banner se afasta dos amigos para não machucá-los, o Hulk não se aproxima das pessoas por medo de ser traído; e por aí vai. Planeta Hulk é um dos arcos mais amados pelos fãs do Golias Verde por ter uma história excepcional e mitologia próprias, e por ser o primeiro vislumbre de outro arco excelente do personagem: World War Hulk!!!



Marvels (Kurt Busiek e Alex Ross)





Chegamos ao ponto alto desta lista!!! Com os belíssimos desenhos do mestre Alex Ross e com o roteiro simples, porém inovador, de Kurt Busiek temos Marvels! Considerado por muitos fãs a melhor história de toda a Casa da Ideias, Marvels adapta para as HQs algo que todo fã de quadrinhos sempre pensou: "E se super-heróis existissem?". A história é contada a partir do ponto de vista de um fotógrafo comum que vive no insano mundo do Universo Marvel. Recontando a origem de vários heróis clássicos da Marvel, porém com uma visão mais humanizada e intimista desses personagens, a história trata de temas polêmicos como o avanço científico, preconceito (principalmente contra um grupo que começa com X), o medo do desconhecido e a sensação de impotência ao nos depararmos com situações que estão muito além da nossa compreensão e da nossa capacidade de mudança. Marvels além de introduzir ao mundo as ilustrações hiper-realistas de Ross e o roteiro sensível e esplendoroso de Busiek, também mudou a história da nona arte e, com certeza, se encontra entre os melhores quadrinhos de todos os tempos.






Gostou da lista? Obviamente ficou faltando alguns arcos com Alias, A Queda de Murdock, Zumbis Marvel e mais uma caralhada gama de graphic novels. Por isso aguarde a parte dois (que sairá algum dia) e não se esqueça de comentar, compartilhar com aquele seu amigo que se acha o Stan Lee, mas não entende nada de quadrinhos e de curtir a página do Facebook!!! Excelsior!!!

Um comentário:

  1. Nunca pensei que pudesse ter vontade de ler quadrinhos... Você conseguiu.

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