sábado, 25 de julho de 2015

Os Arcobotantes, os Contrafortes e os Pilares da Terra- Parte 1




Sabe aquela maldição que a maioria das adaptações sofrem de que o material original é muito superior? "Os Pilares da Terra" não é uma das poucas exceções, aliás é uma das adaptações que estão mais aquém do livro.
A obra homônima de Ken Follet tem como plano de fundo o período "A Anarquia" da Inglaterra, uma guerra de sucessão ao trono de Henrique I entre Matilde, a filha do finado rei, e Estêvão de Blois, sobrinho do rei. O período de guerra se deu entre 1139 e 1153 e teve como desfecho a ascensão de Estêvão, porém com Henrique Plantageneta, filho de Matilde, como seu herdeiro.



Resenha

Em meio as batalhas sangrentas que abalaram a Inglaterra, um homem luta contra tudo e todos para levar a cabo a construção de uma catedral digna de tocar os céus. Ao redor da igreja e de seus personagens, forma-se um mosaico de um tempo conturbado, varrido por conspirações, intricados jogos de poder, violência e o surgimento de uma nova ordem social e cultural. 



Os Personagens

A melhor maneira de entender a trama de "Os Pilares" é conhecendo os personagens e o background do livro.



Prior Philip




O recém-chegado prior de Kingsbridge é o monge mais bad-ass de toda ficção. Designado para tirar o priorado do fundo do poço Philip tem uma mente afiada para negócios e um coração bondoso. Após a pequena catedral de Kingsbridge pegar fogo, é Philip que patrocina a construção da nova catedral em meio a guerra civil, conflitos familiares e arranjos diplomáticos. Os capítulos de Philip tem um caráter mais político, por isso que as poucas aparições do rei Estevão no livro se dão, na maioria, em seus capítulos. De certa forma são graças as suas ações que os outros personagens principais se mantém unidos com o passar dos anos. Apesar dele ser meu personagem preferido do livro algumas vezes o fato de seguir com rigor a Bíblia e atrapalhar a trama pessoal de algumas personagens me fez querer esganá-lo.


William Hamleigh





ESSE CARA É UM FILHA DA PUTA!!!! Existem vilões bons porque são carismáticos, vilões bons porque você adora odiá-los, e vilões bons porque você simplesmente os odeia. William Hamleigh é do último tipo. Cara, eu o odeio mais do que o Joffrey do GOT! Filho de nobres desonestos que desejam o Condado de Shiring, condado vizinho a Kingsbridge, as piores maldades são ideias suas. Entre a vasta lista de crimes que te fazem odiar esse cara temos: estupro, assassinato, vandalismo, crueldade com animais, além de ser um puta vira-casaca. Na realidade podemos dizer que o verdadeiro vilão do livro é o Bispo Waleran Bigod, e William só um fantoche, porém grande parte de suas atitudes não tem intervenção do Bispo. William tem uma grande fixação por Aliena, o que motiva várias de suas maldades, e ódio profundo de Philip. As pouca cenas de luta do livro se dão em seus capítulos. William não respeita os acordos políticos e invadiu e destruiu Kingsbridge mais de uma vez. Pelo menos podemos ficar felizes em saber que ele é meio broxa.


Tom Construtor





Tom é o construtor da nova catedral e o primeiro personagem a ser apresentado, é pai de três filhos, Alfred, Martha e Jonathan (que ele pensa estar morto, mas na verdade foi criado por Philip), e padrasto de Jack. A arquitetura é muito recorrente no livro e são nos capítulos de Tom que é mais presente; as melhores descrições de lugares também estão presentes em seus capítulos. Enquanto Philip atua nos acontecimentos maiores e mais importantes, Tom é o núcleo familiar da história, onde é mostrado o dia a dia em Kingsbridge e representadas as pessoas comuns que são afetadas pela guerra civil.


Ellen






Ops, foto errada!




Ellen é a segunda esposa de Tom e mãe de Jack. Apesar de não ser uma das personagens POV (ponto de vista), Ellen tem grande importância na trama. Durante toda a história fica a dúvida se ela realmente é uma bruxa ou se tudo não passa de uma coincidência, mesmo porque suas "feitiçarias" são bastante importantes em alguns momentos da obra. Ellen sabe de uma tramoia que envolveu vários personagens secundários e até mesmo Waleran Bigod que resultou na morte de seu amante, pai de Jack. Esse ardil acaba se tornando parte da busca pessoal de Jack.


Jack Jackson




Jack é extremamente inteligente e talentoso para arquitetura. Ele foi o responsável pelo incêndio que destruiu a antiga catedral, conseguindo assim trabalho para seu padrasto Tom. Vemos Jack crescer com o passar dos anos e acompanhamos seus conflitos internos, por exemplo o amor que sente por Aliena (uma história de amor melhor que "A Culpa é das Estrelas"). A arquitetura gótica é apresentada em seus capítulos, pois até então só a arquitetura românica se fazia presente, nos capítulos de Tom. Outro ponto interessante na história de Jack é o fato dele ser um ateu em meio a todo o mundo extremamente religioso da Inglaterra medieval. Podemos ver seus concepções de mundo e ideologias tão diferentes das de outros personagens.


Aliena de Shiring




Aliena é a filha do antigo Conde de Shiring, que perdeu tudo para os Hamleigh por apoiar Matilde em vez de Estêvão. Após seu pai ter sido preso Aliena vai para Kingsbridge e começa um negócio de lã, com apoio de Philip, com o objetivo de financiar a entrada de seu irmão Richard para o exército para que um dia pudessem reaver a terra de seu pai. Aliena é alvo da obsessão de William Hamleigh por ter se recusado a casar-se com o filha da puta ele. Ela é responsável por um dos melhores plots da história, além de ser a única personagem POV feminina. Aliena é uma mulher forte, linda, trabalha para a Shield e está entra as melhores personagens femininas que já vi.


Waleran Bigod





E aqui temos o verdadeiro vilão do livro! Um bispo totalmente inescrupuloso que busca o poder não importando quem ele deve destruir para obtê-lo. A maioria dos planos para impedir a catedral de ser concluída são frutos de sua mente, apesar das maiores maldades serem invenções de William. Waleran torna-se a nêmesis de Philip e a salvação de Hamleigh, literalmente, já que o único medo do nobre é o Porão, Sheol, Fundo do Poço, Morada do Mochila de Criança. Apesar de toda a importância do personagem ele não aparece muito, por não ser um personagem POV.


Gostou da Parte 1? No próximo post eu vou falar sobre a arquitetura do livro, sobre o plano de fundo e a análise da minissérie! Não se esqueça de deixar aqui embaixo suas críticas, comentários, elogios (sonhar não mata ninguém) e sugestões! Não se esqueça de curtir nossa página no Facebook!



Um comentário:

  1. Puxa comecei lendo pela parte 2 mas não interferiu no comentário que fiz, com a parte 1 reafirmo "VOU LER ESTE LIVRO", já estou morrendo de raiva dos vilões e quero saber o desfecho da história.

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